Cirurgia Bariátrica

Nos casos de obesidade mórbida, sem sucesso com o tratamento clínico (medicamentos, exercícios físicos, dietas e psicoterapia) por pelo menos 2 anos, associado ou não a doenças relacionadas ao excesso de peso (diabetes, cardiopatias, pneumopatias, apnéia do sono, etc) existe a opção do tratamento cirúrgico, genericamente chamado de cirurgia bariátrica.

Técnicas cirúrgicas pioneiras surgiram há cerca de 50 anos, incialmente com estudos em animais de laboratório, em seguida humanos, porém abandonadas logo no início devido ao grande número de complicações. Em meados da década de 70, com o aprimoramento das técnicas cirúrgicas até então existentes, juntamente com a evolução tecnológica na área médica, as cirurgias passaram a ter menor número de complicações, facilitando o seguimento destes pacientes a curto e longo prazos.

As contra indicações à realização de tal procedimento são poucas, e ainda não totalmente especificadas em consensos ou relatórios médicos, mas admite-se que pacientes com elevado risco cirúrgico, secundário a condições clínicas, como: insuficiência cardíaca grave, coronariopatias, dependência ao álcool ou drogas, e distúrbios psiquiátricos graves são fatores que contraindicam a realização do procedimento.

Uma vez optado pelo tratamento cirúrgico, diversas técnicas podem ser empregadas, conforme o hábito de vida e alimentar do paciente,sendo divididas basicamente por 2 mecanismos de ação: aquelas chamadas restritivas, em que há redução da capacidade gástrica e com isso restrição na ingestão de alimentos (ex: banda gástrica ajustável, gastrectomia vertical isolada), e as disabsortivas, onde há um encurtamento do trânsito normal do alimento pelo intestino, promovendo menor absorção (ex: derivação gastrojejunal em Y-de-Roux com e sem anel gástrico e derivações biliopancreáticas).

Todos os tipos de procedimento cirúrgico estão sujeitos a complicações, que variam conforme o tipo de técnica adotada e adesão do paciente às modificações alimentares exigidas para cada técnica. Nos pacientes com banda gástrica, pode haver: deslizamento da banda, erosão da parede gástrica, hemorragias ou até mesmo obstrução intestinal; em todas técnicas restritivas, vômitos e intolerância aos alimentos mal mastigados pode ocorrer. Já nas cirurgias disabsortivas, complicacões do ato cirúrgico imediato são as mesmas, no entanto, a longo prazo, principalmente carências minerais e protéicas podem levar a diversas outras doenças.

Todos indivíduos operados devem manter acompanhamento com uma equipe multidisciplinar (cirurgião, endocrinologista, nutricionista e psicólogo) por toda sua vida, prevenindo, entendendo e tratando eventuais complicacões, assim como, o ganho de peso que normalmente ocorre a longo prazo.

Dr. Lucas Tadeu Moura - Endocrinologia & Metabologia
CRM 125.324

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