Mulheres têm alimentação mais saudável do que homens, mas longe do ideal
Em pesquisa, 28,6% delas disseram consumir frutas e hortaliças cinco ou mais vezes por semana, contra 16,9% dos homens
Mulheres têm alimentação mais saudável do que homens, mas ainda aquém do que seria ideal. A conclusão é da nutricionista e pesquisadora Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Raquel da Silva Assunção.
Segundo ela, a pesquisa é um passo importante para se pensar políticas públicas voltadas para a alimentação saudável. O avanço das chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como câncer e diabetes, aliada à transição nutricional e ao crescimento da obesidade na população, aumenta o valor da alimentação adequada. " Compreender essas diferenças é fundamental para definir maneiras diferentes de lidar com cada um dos gêneros" , afirma a autora.
O estudo baseou-se em dados do Vigitel, pesquisa anual por telefone coordenada pelo Ministério da Saúde. Foram analisados dados de 47.557 pessoas referentes ao consumo frequente de frutas e hortaliças, carnes gordurosas e adição de sal à refeição pronta. Na comparação, 28,6% das mulheres disseram consumir frutas e hortaliças cinco ou mais vezes por semana, contra apenas 16,9% dos homens.
O índice de consumo de carnes gordurosas ainda é superior ao recomendado em ambos os sexos. Novamente as mulheres se saíram melhor que os homens, reportando consumo frequente em 30,6% dos casos, contra 52,7% deles. Para Raquel Assunção, isso é evidência da necessidade de uma reeducação alimentar. "É preciso um trabalho maior para inverter essa tendência" , analisa.
Influência da escolaridade
A pesquisadora procurou outros fatores que poderiam influenciar os hábitos de alimentação da população. Um deles é a escolaridade das pessoas consultadas. Segundo Raquel Assunção, a diferença de hábitos alimentares entre os gêneros foi menor no grupo com nove ou mais anos de estudo quando comparada àquele com menos instrução.
" Com mais informações os homens passam a ter uma preocupação maior, reduzindo essa diferença" , expõe.
Sal
Outro dado também analisado foi o uso do sal à mesa. A pesquisa mostrou que 8,3% da população adiciona o condimento à refeição pronta. Como o sal usado na preparação dos alimentos dos brasileiros já é em quantidade elevada (mais que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde), o problema vira uma bola de neve. "É importante termos consciência dos problemas causados pelo excesso de sal, como a hipertensão, e trabalhar para reduzir esse consumo" , alerta Raquel.
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